segunda-feira, 5 de maio de 2008

RUSHMORE (1998)


Há poucos diretores no circuito 'comercial' de hoje em dia que fazem os ditos 'cinemas de autor', onde pequenos detalhes estéticos ou outro tipo de nuances nos dão a idéia da 'assinatura' do cineasta.
Meu preferido, atualmente, é PTA (Paul Thomas Anderson, dos magníficos Magnólia e Sangue Negro). Mas Wes Anderson, em sua pequena filmografia de sete filmes, já conseguiu estabelecer esse estigma. Em Rushmore, seu terceiro trabalho, nota-se um esmerado trabalho em construir todo um mise-en-scene característico, algo que raramente se percebe hoje em dia.
É esse o tipo de detalhe que transforma uma comédia/drama que, na mão de algum Zé-Ninguém pau mandado de estúdio em uma obra que se distingüe da média por sua originalidade e carisma. E claro, há a mão de Anderson na brilhante condução de atores até então estreantes, como o protagonista Jason Schwartzman (presente em seu mais recente filme), um jovem líder estudantil bolsista na prestigiada escola Rushmore. Nessa escola, o cheio-de-lábia e não tão brilhante e estudante (que se destaca em atividades como peças de teatro e na condução da equie de esgrima, entre várias outras extracurricularidades), conhece os outros antagonistas principais, a professora Rosemary Cross (Olivia Williams) e o empresário Herman Blume (vivido pelo sempre impassível Bill Pullman). A história toma contornos de triângulo amoroso - platônico da parte de Max Fischer. Fischer faz de tudo para conquistar o amor da professora, até constrói um aquário, com a ajuda de Blume.
Este e muitos outros episódios insólitos conferem à estória tem um desenrolar delicioso e cativante, cheio de presença de espírito e personagens apaixonantes. Passa voando e deixa saudades, como qualquer coisa que não se está acostumado a ver com freqüência.

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