domingo, 2 de março de 2008

DISTURBIA (2007)



Paranóia é um dos poucos suspenses contemporâneos que deixa pouco a desejar em qualquer contexto que seja analisado. Partindo da premissa do maravilhoso Janela Indiscreta, de Hitchcock, esse thriller gira em torno da história de um garoto cujo pai morreu recentemente em um acidente de carro. Kale, desconsertado com o ocorrido, acabou agredindo seu professor de espanhol no colégio, o que acabou rendendo-lhe três meses de prisão domiciliar, com um dispositivo de segurança que o impede de ultrapassar um raio de 30m de sua casa, caso contrário um dispositivo sonoro é ativado e a polícia imediatamente é acionada a ir ao local. Para passar o tempo, o garoto acaba desenvolvendo um voyeurismo em sua vizinhança, observando seus hábitos e conhecendo suas rotinas. Um de seus alvos preferidos, sua vizinha Ashley, acaba descobrindo que estava sendo vigiada, e acaba se envolvendo com Kale e sua furtiva atividade. Acontece que na aparentemente inofensiva vizinhança, surge um suspeito de ser o autor de uma onda de assassinatos ocorrendo na cidade. Uma teia de acontecimentos vigiados pelo trio de amigos (ainda composto pelo colega de classe de Kale, Ronnie) acaba levando-os a investigar mais a fundo a história que no começo era apenas mera suposição. Digna de ser mencionada é a grande sacada de ter sido adaptado à história as tecnologias disponíveis na vida moderna; e como tais dispositivos acabaram sendo usados magistralmente em prol de uma melhor condução do filme. Muitos desses itens são usados a título de pista e recompensa no roteiro, o que o enriquece sobremaneira.O maior mérito, no entanto, é seguir a risca o núcleo de qualquer suspense: um jogo de gato e rato que deixa o espectador na ponta do assento o tempo todo, com o coração na boca, se perguntando o que vem a seguir. Cumpre com êxito o que se propõe e surpreende pelo resultado.

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